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2024 Índia (Deli, Agra, Wagah, Amristar, Varanasi, Goa e Mumbai)
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Dias 1 e 2: Deli
Depois de em 2014 ter estado na Índia pela primeira vez, visitando o triângulo dourado (Deli, Jaipur e Agra), fiquei com muito interesse em regressar para ver Amristar, Varanasi, Goa e Mumbai. Tive a sorte de encontrar na Oais Travel um programa que me permitia fazê-lo, repetindo Deli e Agra. Agarrei logo a possibilidade.
Estas viagens em grupo da Oasis têm como política não haver momentos mortos, pelo os dias foram repletos de visitas. Vi muito mais em Deli e Agra do que tinha visto em 2014.
Chegámos a Deli no dia 3 de Fevereiro de 2024 a meio da tarde e, a caminho do hotel, visitámos a torre Qutab Minar e vimos o Forte Vermelho, apenas por fora.
No dia seguinte começámos pelo Gandhi Simirit, o mausoléu de Ganghi. Fomos então para a Velha Deli, pela Mesquita Vermelha (Jama Masjid), que eu já conhecia e adorei revisitar. Seguimos a pé pelas ruas estreitas apinhadas de gente, motos, bicicletas e carros, podendo apreciar uma realidade totalmente nova para que ali vai pela primeira vez. Parámos numa loja de especiarias e seguimos com um passeio de riquexó pela Velha Deli.
Depois do almoço passámos de autocarro pela Porta da Índia, onde eu já tinha estado mas que agora é uma zona pedonal, e fomos ao reservatório de água de Agrasen Ki Baoli. Visitámos o túmulo majestoso do imperador Humayan, bisavô de Shan Jahan, o que mandou construir o Taj Mahal. É um templo esplêndido, enorme, com muito para ver. E terminámos o dia no majestoso templo sikh Gurudwara Bangla Shahib, que eu também já conhecia. Foi uma excelente oportunidade para rever locais lindíssimos onde já tinha estado 10 anos antes e que começavam a esvanecer-se na minha memórias, e outros que não conhecia e que enriqueceram muito o que eu conheço de Deli.

entrada Mausoléu Gandhi

entrada Mausoléu Gandhi

Túmulo de Humayan

entrada Mausoléu Gandhi
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Dia 3: Deli - Agra - Deli
A Índia já dispõe de um comboio de semi alta velocidade, o que na realidade é um avança, mas o comboio circula lentamente em certos troços e apenas nalguns a alta velocidade. Para piorar as coisas, regressámos a Deli no último comboio do dia, que chegou a Agra com quase hora e meia de atraso, o que nos levou a chegar ao hotel às duas da manhã, para sair às cinco.
Deixando de lado este incómodo, chegámos a Agra cedo e fomos para o complexo de Taj Mahal de carrinho de golf. Em 2014 fiz esse trajecto numa carroça puxada por uma mula, desta vez a coisa foi mais rápida. Embora o dia estivesse embrulhado, sem sol mas também sem chuva, foi uma vista única. Nunca ninguém se cansará de apreciar o Taj Mahal. É de uma beleza que houve entre os meus companheiros de viagem quem chorasse perante aquela beleza. Tal como em 2014 o recinto estava repleto de visitantes, o colorido das vestes das senhoras indianas dava uma alegria especial ao local, já de si exótico, de uma beleza arquitectónica ímpar, e com uma moldura humana riquíssima.
Da parte da tarde visitámos o forte de Agra, o Forte Vermelho, também ele magnífico. Grupos de jovens indianas alegravam ainda amais o local com os seus vestidos de várias cores. Havia gente de todas as origens e religiões, o ar transpirava um ambiente alegre, quase festivo, com uma vista sobre o Taj Mahal na margem do Rio Yamuna, um afluente do Ganges. Desta vez tive mais sorte que em 2010, porque nessa altura o tempo estava chuvoso, havia neblina e mal de via o Taj Mahal ao longe. Desta vez o sol veio dar um ar da sua graça e permitir a vista que eu desejava ter visto 10 anos antes e que agora pude apreciar.
Como o regresso a Deli seria só depois do jantar, fomos ainda a uma loja especializada em peças de mármore com desenhos embutidos, usando a técnica do Taj Mahal. Caminhámos pelas comerciais ruas de Agra, onde se pode tomar contacto coma “Índia profunda”. O trânsito, as pessoas, a sujidade, as buzinas que não se calma um minuto, tudo isso põe-nos em contacto com uma realidade bem indiana.
Terminámos as visitas num orfanato da missão de Madre Teresa de Calcutá, dedicada a crianças deficientes. Um choque de realidade para os privilegiados que podem viajar. Foi de cortar o coração ver o que a poliomielite continua a fazer na Índia e em muitos outros países subdesenvolvidos. Bebés deficientes por causa da pólio. Ficámos todos um com um engasgo na boca e fizemos um donativo, que levou a irmã responsável a emitir um recibo para tudo ficar de acordo com a lei.
Jantámos num excelente hotel junto à estação e, com muito atraso, regressámos a Deli de comboio. Foi um oportunidade para ter um vislumbre dos comboios indianos. Este era talvez o melhor comboio de que a Índia dispõe, mas com o passar das horas as casas de banho ficam entupidas, imprestáveis e nauseabundas. Apesar de tudo, um comboio muito melhor que os regionais da Índia onde as pessoas entram com as cabras.
Para mim foi um prazer enorme revisitar o Taj Mahal e o Forte de Agra. Não me cansaria de os visitar uma e outra vez.

Taj Mahal

Taj Mahal

Forte de Agra
Taj Mahal ao longe

Taj Mahal
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Dia 4: Deli - Amristar, tarde em Wagah para o render da guarda na fronteira com o Paquistão
Saímos cedo do hotel para apanhar o voo da IndiGo para Amristar. Passei o maior suplício da minha vida no check de segurança. Na Índia o pessoal da segurança olha para os scanners e não faz ideia do que está a ver. Identifica baterias mas não foi treinado para identificar os objectos que as usam. Tentei passar com a minha mochila fotográfica onde tenho duas câmaras, baterias, carregadores, um router, medicamentos e documentos. Arrumada como estava a mochila já passou sem qualquer problema em checks de segurança, umas 16 vezes no Dubai, em Pequim, Xangai, Los Angeles, Nova Iorque, Hanói, Buenos Aires, Joanesburgo, etc. Mas na Índia, por causa da falta de formação do pessoal, foi um inferno. Quiseram que tirasse tudo da mochila, incluindo os pensos rápidos. Puseram em 5 tabuleiros que passaram pelo scanner uma e outra vez. Depois de explicar cada coisa, o conteúdo da mochila foi-me entregue com tudo misturado num tabuleiro. Mesmo o material fotográfico mais sensível. Como demoraram meia hora comigo, eu estava com pouco tempo para ir para a porta de embarque e não tinha hipóteses de arrumar tudo na mochila como devia ser. Reclamei bem alto em inglês e uma companheira de viajar salvou-me ao emprestar-me um saco, onde derramei o conteúdo do tabuleiro. Embarquei para Amristar sem saber se tinha perdido alguma coisa naquela confusão.
A verdade é que há falta de compreensão para quem usa material fotográfico, porque se pensa que um telemóvel basta. E o pessoal da segurança não tem formação adequada para lidar com os objectos que, no dia-a-dia, os turistas ocidentais lhes apresentam. Dizer que isto é segurança é um erro. A Rússia, a China e os EUA certamente não têm menos segurança que a Índia, não fazem o que se faz na Índia e não tratam as pessoas como eu fui tratado.
Adiante.
Chegámos a Amristar, almoçámos no hotel, onde se comia maravilhosamente, e dedicámos a tarde para ir até Wagah, na fronteira com o Paquistão, assistir ao render da guarda e arriar das bandeiras.
Sempre vi esta visita como um valioso extra no programa da Oasis. Porque é uma cerimónia famosa e um verdadeiro espectáculo que merece ser visto.
Tive mais uma atribulação com a segurança, porque o soldado que me revistou antes de entrar no recinto, viu duas baterias extra que eu levava nos bolsos para o caso de ter de mudar a bateria de algum das câmaras, e não fazia ideia do que era. Pior: deve ter receado tratar-se de explosivos. Fui imediatamente separado e levado aos chefes. Um deles começou um interrogatório para ver se detectava incongruências no que eu dizia, e olhava para as baterias pensando serem objectos extraterrestres. A minha sorte foi uma subalterna ter visto o que se passava e ter dito: two extra batteries, let him go. Se não fosse isso as baterias ter-me-iam sido apreendidas.
A cerimónia é uma exibição muito extravagante de patriotismo e nacionalismo hindu. Tem um recinto enorme para o público. Passa-se o mesmo do lado paquistanês, mas num recinto mais pequeno e com muito menos gente.
Lá vimos as manobras de infantaria dos militares com fardas extravagantes e tudo terminou com o arriar das bandeiras dos dois países.
Em si, a cerimónia, aos olhos de um ocidental que foi militar de carreira, parece muito teatral, mas parece fazer todo o sentido para o público que a vai ver.
O balanço foi positivo, vi uma coisa que nunca tinha visto e pretendia ver. E que enriqueceu muito esta viagem.

Amristar vista do Hotel Hyatt
nota-se a arquitectura de estilo mais paquistanês

Amristar vista do Hotel Hyatt
nota-se a arquitectura de estilo mais paquistanês

Wagah
cerimónia de render da guarda

Amristar vista do Hotel Hyatt
nota-se a arquitectura de estilo mais paquistanês
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Dia 5: Amristar e cerimónia no nocturna no Templo Dourado
Confesso que, de todo o programa, este foi o dia que mais gostei. Estava destinado a Amristar, começando pelo Templo Dourado, terminando à noite com o cerimónia religiosa sikh no mesmo lugar.
O guia português tinha-me dito que no templo dourado não podia entrar câmaras e eu tinha percebido, erradamente e por culpa minha, que mais tarde seria possível ver de fora o pavilhão dourado do templo. Por isso decidi passar a manhã pelas ruas de Amristar e não acompanhar o grupo na visita ao Templo dourado. Por fora é soberbo, magnífico, imponente, mas o uso de meias de compressão por causas das varizes complica-me a vida por ser obrigatório fazer a visita de pés descalços.
Um companheiro decidiu acompanhar-me passámos a manhã juntos. O centro da cidade junto ao templo, não tem muito para ver, excepto apreciar o ambiente, sentir a atmosfera, contactar com as pessoas, que são muito gentis e amáveis. Uma vantagem que a Índia tem é que as pessoas gostam que lhes tiremos fotos, vêm ter connosco para elas próprias tirarem fotos connosco, são amistosas e isso é uma mais-valia. Ao contrário de muitos outros países onde fotografa pessoa pode ser um verdadeiro problema.
Foi assim que passeei com o sr Luís que se revelou uma excelente companhia. Dávamos uma volta, parávamos no local mais central, dávamos mais uma volta, fomos tomar café a um Mac Donalds e miraculosamente encontrámos uma rua de lojas em que algumas tinham souvenirs. A Índia não é comercial no sentido em que não está virada para o turismo externo, só para o interno, que foi impulsionado durante a pandemia. É por isso que não há lojas de souvenirs, lojas para turistas. Até os ímanes são difíceis de encontrar. Nalguns sítios podemos encontrar alguns, mas noutras cidades é difícil dar com eles. Em Sarnath tive de perguntar numa loja de rua, convencido que a resposta seria negativa. Para minha surpresa o homem disse que tinha, mostrou-os e o pessoal do grupo comprou-lhe várias dezenas deles. Mas em Amristar as raras lojas de souvenirs não têm ímanes, são miúdos que os vendem na rua a 1 euro cada (100 rupias).
Adorei aquela manhã, consegui muitas fotos de pessoas que guardo com imenso gosto e contactei com gente que se revelou muito mais afável do que eu supunha.
Antes do almoço fomos ainda aos jardins Jallianwala Bagh.
Da parte da tarde visitámos o Partition Museum dedicado à separação do Paquistão da Índia e um templo hindu muito bonito, Shri Durgiana.
Como entretanto o guia me disse que podiam entrar câmaras no Templo Dourado, decidi ir até lá com o grupo, depois do jantar, para a cerimónia Palaki Sahib, uma cerimónia em que o livro sagrado dos sikhs é transportado de um pavilhão do templo para outro.
Quando entrei no templo à noite e vi o esplendor do pavilhão dourado e as luzes do templo, fiquei extasiado. Só por isso já tinha valido a viagem. O templo é lindíssimo, sente-se à flor da pele o fervor religioso das gentes que ali vão por devoção. O pavilhão principal, feito com 900 quilos de ouro, é das coisas mais fascinantes que vi nos meus 65 anos de vida.
Percorremos o recinto para o apreciar com calma e com detalhe. A música religiosa domina o ambiente e cria uma atmosfera única e que nos faz sentir bem. A viagem foi muito bem planeada e as horas dedicadas a cada visita foram muito bem escolhidas. Tivemos tempo para ver a cerimónia, mas antes houve templo para apreciar aquela maravilha com tempo e atenção.
Com indicação dos guias (o português e o indiano) colocámo-nos em posição estratégia para ver o enfeitar do altar onde o livro seria transportado, repleto cravos da Índia, as flores cor de laranja que são omnipresentes em Amristar e Varanasi.
O livro lá foi transportado e, finda a cerimónia, numa atitude que só ocorre de vez em quando, fomos convidados a visitar o pavilhão dourado, o principal. Nota-se que os dourados que se vêem não são pintados, tudo aquilo é folha de ouro. E tudo o resto é mármore embutido com desenhos lindíssimos. Se por fora é esmagadoramente impressionante, por dentro o pavilhão dourado é uma coisa impossível de imaginar.
Toda a cerimónia foi conduzida por voluntários, desde o controle das entradas, até às participações mais importantes. O fervor religioso é total, inimaginável, e está patente na forma como, no fim da cerimónia, dezenas de voluntários limpam afincadissimamente e todos os espaços, incluindo os corrimões que foram tocados por pessoas, para ficarem imaculadamente limpos.
Estas coisas dependem do gosto de cada um, para muitos dos companheiros de viagem o Taj Mahal foi o ponto alto do programa mas, talvez por já o ter visto, o que mais gostei foi de Amristar e do Templo Dourado. Poucos programas turísticos da Índia têm Amristar mas, na minha opinião, é absolutamente a não perder.

ruas de Amristar

ruas de Amristar

Templo Dourado de Amristarsharpen

ruas de Amristar
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Dia 6: Amristar - Deli - Varanasi e cremações nocturnas em Varanasi
Voámos de Amristar para Varanasi com escala em Deli, na IndiGo, o que ocupou a maior parte do dia, chegando a Varansasi a meio da tarde. O programa previa uma visita aos Ghats a partir do pôr do sol.
Varanasi é uma cidade que não tem nada de arquitectura, apenas a cultura ligada ao Rio Ganges, em que os hindus crêem que morrer nas margens do Ganges é óptimo, mas morrer nas margens do Ganges em Varanasi, ser cremado ali e ter as cinzas depositadas no rio sagrado é caminho garantido para o paraíso.
Varanasi está sempre apinhadíssima de gente, o trânsito é caótico, como em toda a Índia, com a agravante de ocorrer numa cidade muito povoada, com muitas pessoas de fora, que procuram os Ghats através das ruas estreitas do centro da cidade para chegar ao rio sagrado.
Os Ghats são escadarias construídas para darem acesso desde a margem até ao rio. Existem mais de cem Ghats em Varanasi, cada um tem o seu nome, muitos são contíguos e mudam de nome se houver um simples corrimão a separá-los.
Como seria impossível chegar às margens do Ganges de autocarro, fizemos o trajecto de tuk tuk, o que nos permitiu estar no meio daquele trânsito onírico e ter uma ideia melhor de como ele flui. O barulho é ensurdecedor, o cheiro dos gases de escape encher o ar e a sensação de estarmos sempre apertados, ou entalados, entre tuku tuks, motos, riquexós, faz-nos sentir uma ideia do quão aquele trânsito é caótico, vendo-o e sentindo-o de dentro.
Quando chegámos ao topo do ghats, demos logo com uma multidão a perder de vista, o rio repleto de pequenos barcos e embarcações, música religiosa alta e várias cerimónias religiosas a decorrer com milhares de participantes.
Caminhando em sentido contrário demos com um dos ghats mais conhecidos, onde as chamas e o fumo das cremações nos chamavam logo a atenção.
É algo estranho aquele espectáculo, não sabemos bem onde estamos nem o que estamos a ver. A música lata exorta os presentes à oração e ao cumprimento das regras do hinduísmo, principalmente no que respeita às cremações. O ambiente é confuso, apinhado de gente, uns trabalham nas cremações, outros acompanham os seus entes queridos nos últimos momentos do seu corpo físico, outros rezam, outros apenas vêem. O ritual de cada cremação implica envolver o corpo de defunto em flores, julgo que os tão presentes craves cor de laranja, transportar o corpo até ao Ganges, mergulhá-lo nas águas do rio para o purificar, e em seguida levá-lo para a cremação, que é feita por profissionais, dura cerca de duas horas. Só depois as cinzas são depositadas no Ganges.
Para quem vê pela primeira vez, tudo é estranho, diferente, confuso. Para mim foi o contacto com a realidade mais estranha que vi em 65 anos, sem saber bem o que se passava à minha volta, mas apreciando cada momento.

Rio Ganges à noite

os ghatas de Varanasi à noite

Rio Ganges à noite
cerimónia religiosa

Rio Ganges à noite
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Dia 7: Varanasi - banhos matinais no Ganges e tarde em Sarnath
Saímos muito cedo do hotel para ir até ao Ganges para ver os banhos no rio sagrado ao nascer do sol. Sendo de manhãzinha fomos de autocarro quase até aos ghats, porque o trânsito menos intenso o permitiu.
Chegados aos ghatas encontrámos um mar de gente a perder de vista. O sol já surgiu acima do horizonte e aqueles milhares de pessoas, além dos pedintes e vendedores, quase todas elas, estavam ali para se banhar no Ganges.
A religiosidade daquela gente impressiona qualquer pessoa que não partilha da mesma fé, pela dedicação e pela crença. O banho purificador no Ganges é das coisas mais sagradas para os hindus.
Corremos os ghats vendo a azáfama de quem se banhava no Ganges, perseguidos por vendedores e encontrando gente muito afável e simpática. Em seguida entrámos numa embarcação para apreciar toda aquela cena de fora, a partir do rio. É onde se tem uma melhor noção do que se passa. Nalguns sítios as cremações continuam, mas sem o esplendor das chamas e fumo durante a noite. Noutros são os banhos. Rios de gente entram e saem do rio, limpam-se, mudam de roupa, o rio está apinhado de barquinhos, a maioria com turistas que vêem tudo de fora. É um mar de gente que se apinha nas margens, nos banhos, nas cremações, desempenhando papéis diferentes naquelas coreografias deslumbrantes que nos fazem sentir pequenos. É em pleno Ganges que se tem uma melhor noção do que é Varanasi e do que significa para os hindus.
Da parte da tarde fomos até Sarnath, a 10 km, local santo do budismo e local onde Buda terá passado pela primeira vez os seus ensinamentos.

Varanasi pela manhã

Varanasi pela manhã

Sarnath

Varanasi pela manhã
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Dia 9: Goa - a velha Goa e Panjim
Passámos um dia de viagem entre Varanasi e Goa, com escala em Deli, voando na IndiGo. Nesse dia não vimos nada.
A primeira sensação que tivemos ao sair do avião em Goa foi a baforada de ar quente. Não conheço ninguém que tenha desembarcado em Goa e não tenha tido logo essa sensação. Se até aí tínhamos apanhado tempo anormalmente frio para a Índia, Goa é outra realidade. Estavam 35ºC.
Aliás, todas as cidades que visitámos na Índia são muito diferentes umas das outras. A cultura é diferente, a arquitectura é diferente, a meteorologia é diferente.
Fiquei com a sensação de que Goa é uma realidade à parte, talvez tenha alguns pontos de contacto com Mumbai, ambas na costa do Malabar, mas a ideia que adquiri é que Goa não tem nada a ver com Deli, Agra, Amristar ou Varanasi.
Passámos um dia em Goa e manhã foi dedicada à Velha Goa, a Goa primitiva dos portugueses. É ali que estão as marcas que lá deixámos, com inúmeras igrejas.
Visitámos o Arco dos Vice Reis, construído em memória de Vasco da Gama em 1597 pelo seu bisneto D. Francisco da Gama, quando este se tornou Governador e Vice-Rei da Índia.
De seguida, visita à Igreja de São Caetano, de onde caminhámos até à Sé Catedral (Catedral da Santa Catarina), a mais imponente de todas as igrejas da Velha Goa. Quando lá chegámos estavam a rezar missa, era domingo e a igreja estava à pinha.
Vimos ainda à Basílica do Bom Jesus onde se encontra o túmulo de S. Francisco Xavier, e à Igreja de S. Francisco de Assis - uma relíquia da cultura portuguesa -, às ruínas da Igreja de Santo Agostinho, Património Mundial pela UNESCO, ao Convento de Santa Mónica, e à Igreja de N. Sra. do Rosário, onde S.Francisco de Xavier deu catequese.
Depois da peste bubónica, que ocorreu na Índia depois de na Europa, a velha Goa foi quase abandonada e construiu-se a Nova Goa, na zona de Panjim, na margem do Rio Mandovi.
Da parte da tarde fomos até ao Bairro das Fontainhas, onde tudo tem nome português. As famílias que ali vivem, os médicos, os advogados, têm nomes portugueses: Menezes, Fonseca, Gonçalves, etc. É um bairro património mundial da UNESCO, ruas estreitas, há algumas evocações dos azulejos tão portugueses.
Caminhámos até ao centro de Panjim onde tivemos tempo livre. Foi ali que, pela primeira vez nesta viagem, encontrámos ímanes e coisas para os turistas. Só em Mumbai voltámos a ver, porque até aí tínhamos estado numa Índia que não está virada para os turistas estrangeiros. Foi uma verdadeira maravilha.
Mesmo sem estar no programa, o nosso guia local, o senhor Edgar, decidiu levar-nos até ao mercado. Os mercados são sempre os locais mais pitorescos que podemos visitar, porque são onde podemos ver o que se come, o que se compra e vende. Encontrámos um mercado num edifício edificado, muito melhor que os que tínhamos encontrado nas outras cidades.
Seguindo sempre junto à margem do Mandovi, regressámos ao magnífico hotel, onde descansámos e nos preparámos para o dia seguinte. Esta viagem foi magnífica mas extenuante, porque dia sim dia não, saíamos do hotel às 4 da manhã para apanhar um voo e mudar de cidade.

Igreja Nª Srª do Rosário

Igreja Nª Srª do Rosário

Praia dos Milagres

Igreja Nª Srª do Rosário
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Dia 10: Mumbai
visita da cidade de Bombaim, explorando os locais de maior interesse da cidade, como os Lavadouros Públicos (Dhobi Ghats - paragem para fotografia), lavadouros comunitários a céu aberto, e o Memorial de Gandhi (Mani Bhawan), casa onde Gandhi ficava nas suas visitas à cidade. De seguida paragem nos Templos Jainistas (visita do exterior), construídos em mármore e dedicados ao primeiro Tirthankara Jainista. (Não é permitida a entrada de visitantes no interior do santuário do templo). Seguimos as visitas pelo Templo de Iskon e paragem para fotos do exterior do magnífico edifício da estação de Chhatrapati Shivaji Terminus (mais conhecida por Victoria Terminus).
Durante a tarde, passámos ao longo da baía Boulevard Marina Drive, conhecida como “Colar da Rainha” pela iluminação noturna da sua forma em U, para visitar a Porta da Índia, o principal cartão postal da cidade.
Mumbai é uma cidade diferente de todas as outras. Foi dada como dote pelo casamento de Catarina de Bragança (filha de D. João IV e a rainha que levou para Inglaterra o hábito de beber chá) com Carlos II, durante a guerra da restauração, para cimentar a aliança luso-britânica. Os ingleses desenvolveram Mumbai, nós não o fizemos por estarmos centrados em Goa.
A cidade está a ser esventrada para construir toda uma rede de metropolitano em profundidade, por isso o trânsito está mais caótico que nunca, mas conseguimos ver o que mais me interessava.
Se tivesse viajado sozinho teria certamente reservado um dia livre em Goa e outro em Mumbai, para conhecer melhor as cidades.
Foi uma viagem cansativa que valeu muito a pena.

a lavandaria de Mumbai

a lavandaria de Mumbai

Gateway of India

a lavandaria de Mumbai
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Hotéis:
Deli – Leela Ambience & Convention – 5 estrelas – magnífico
Amristar – Hyatt Regency – 5 estrelas – muito bom, onde se comeu melhor
Varanasi – Hotel Radisson – 5 estrelas – muito bom
Goa – Hotel Vivanta by Taj Panjim – 5 estrelas – magnífico
Mumbai – Hotel Trident Mariman Point - 5 estrelas - magnífico
fotos Índia 24
Fotos 2024 Índia (Deli, Agra, Wagah, Amristar, Varanasi, Goa e Mumbai)
![]() Deli - Mesquita Vermelha | ![]() Deli - Mesquita Vermelha | ![]() Deli - Mesquita Vermelha | ![]() Deli - Mesquita Vermelha |
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![]() Deli - a Velha Deli | ![]() Deli - a Velha Deli | ![]() Deli - a Velha Deli | ![]() Deli - a Velha Deli |
![]() Deli | ![]() Deli - Túmulo de Humayun | ![]() Agra - Complexo do Taj Mahalplexo do Taj Mahal | ![]() Agra - Complexo do Taj Mahal |
![]() Agra - Complexo do Taj Mahal | ![]() Agra - Taj Mahal | ![]() Agra - Taj Mahal | ![]() Agra - Taj Mahal |
![]() Agra - Taj Mahal | ![]() Agra - Taj Mahal | ![]() Agra - Taj Mahal | ![]() Agra - Taj Mahal |
![]() Agra - Taj Mahal | ![]() Agra - Complexo do Taj Mahal | ![]() Agra - Forte Vermelho | ![]() Agra - Forte Vermelho |
![]() Agra - Forte Vermelho | ![]() Agra - Forte Vermelho | ![]() Agra - Forte Vermelho | ![]() Agra - Forte Vermelho |
![]() Agra - Forte Vermelho | ![]() Agra - Forte VermelhoTaj Mahal junto ao Rio Yamuna | ![]() Agra - Forte Vermelho | ![]() Agra - Forte Vermelho |
![]() Agra - Forte Vermelho | ![]() Wagah - fronteira com o Paquistãorender da guarda e arriar das bandeiras | ![]() Wagah - fronteira com o Paquistãorender da guarda e arriar das bandeiras | ![]() Wagah - fronteira com o Paquistãorender da guarda e arriar das bandeiras |
![]() Wagah - fronteira com o Paquistãorender da guarda e arriar das bandeiras | ![]() Wagah - fronteira com o Paquistãorender da guarda e arriar das bandeiras | ![]() Wagah - fronteira com o Paquistãorender da guarda e arriar das bandeiras | ![]() Wagah - fronteira com o Paquistãorender da guarda e arriar das bandeiras |
![]() Amristar - templo hinduAmristar -Templo Shri Durgiana | ![]() Amristar - templo hinduAmristar -Templo Shri Durgiana | ![]() Amristar - templo hinduAmristar -Templo Shri Durgiana | ![]() Amristar - Templo Dourado |
![]() Amristar - Templo Dourado | ![]() Amristar | ![]() Amristar | ![]() Amristar |
![]() Amristar | ![]() Amristar | ![]() P1080142-sharpen | ![]() Amristar |
![]() Amristar | ![]() Amristar | ![]() Amristar | ![]() Amristar |
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![]() Amristar | ![]() Amristar | ![]() Amristar - Templo Dourado | ![]() Amristar - Templo Dourado |
![]() Amristar - Templo Dourado | ![]() Amristar - Templo Dourado | ![]() Amristar - Templo Dourado | ![]() Varanasi - cremações nocturnas |
![]() Varanasi - cremações nocturnas | ![]() Varanasi - cremações nocturnas | ![]() Varanasi - cremações nocturnas | ![]() Varanasi - banhos matinais no Ganges |
![]() Varanasi - banhos matinais no Ganges | ![]() Varanasi - banhos matinais no Ganges | ![]() Varanasi - banhos matinais no Ganges | ![]() Varanasi - banhos matinais no Ganges |
![]() Varanasi - banhos matinais no Ganges | ![]() Varanasi - banhos matinais no Ganges | ![]() Varanasi - banhos matinais no Ganges | ![]() Varanasi - banhos matinais no Ganges |
![]() Varanasi - banhos matinais no Ganges | ![]() Varanasi - banhos matinais no Ganges | ![]() Varanasi - banhos matinais no Ganges | ![]() Varanasi - banhos matinais no Ganges |
![]() Varanasi - banhos matinais no Ganges | ![]() Varanasi - banhos matinais no Ganges | ![]() Varanasi - banhos matinais no Ganges | ![]() Varanasi - banhos matinais no Ganges |
![]() Varanasi - banhos matinais no Ganges | ![]() Varanasi - banhos matinais no Ganges | ![]() Goa - ruínas da Igreja de S. Agostinho | ![]() Goa - Igreja Nª Srª do Rosário |
![]() Goa - Igreja Nª Srª do Rosário | ![]() Goa | ![]() Goa - Igreja Nª Srª do Rosário | ![]() Goa - Arco dos Vice-Reis |
![]() Goa - Arco dos Vice-Reis | ![]() Goa - Igreja de S. Caetano | ![]() Goa - Basílica do Bom Jeseus | ![]() Goa - Igreja de S. Francisco de Assis |
![]() Goa - Igreja de S. Francisco de Assis | ![]() Goa - Bairro das Fontainhas | ![]() Goa - Bairro das Fontainhas | ![]() Goa - Bairro das Fontainhas |
![]() Goa - Bairro das Fontainhas | ![]() Goa - Bairro das Fontainhas | ![]() Goa - Bairro das Fontainhas | ![]() Goa - Bairro das Fontainhas |
![]() Goa - Bairro das Fontainhas | ![]() Goa - Bairro das Fontainhas | ![]() Goa - Bairro das Fontainhas | ![]() Goa - Bairro das Fontainhas |
![]() Goa - Bairro das Fontainhas | ![]() Goa - Bairro das Fontainhas | ![]() Goa - Bairro das Fontainhas | ![]() Goa - Bairro das Fontainhas |
![]() Goa - Bairro das Fontainhas | ![]() Goa - centro de PanjimIgreja da Imaculada Conceição | ![]() Goa - Bairro das Fontainhas | ![]() Goa - Bairro das Fontainhas |
![]() Goa | ![]() Goa | ![]() Goa - foz do Rio Mandovi | ![]() Mumbai |
![]() Mumbai - a lavandaria | ![]() Mumbai - a lavandaria | ![]() Mumbai - a lavandaria | ![]() Mumbai - a lavandaria |
![]() Mumbai - a lavandaria | ![]() Deli - escritório de Mahatma Gandhi | ![]() Deli - escritório de Mahatma Gandhi | ![]() Mumbai - Templo dedicado a Shiva |
![]() Mumbai - Victoria Station | ![]() Mumbai - Victoria Stationen | ![]() Mumbai - Victoria Station | ![]() Mumbai - Victoria Station |
![]() Mumbai - Victoria Station | ![]() Mumbai - Victoria Station | ![]() Mumbai - Victoria Station | ![]() Mumbai - Victoria Station |
![]() Mumbai - Hotel Taj Mahal Palaceonde ocorreu o atentado de 2008 | ![]() Mumbai - Hotel Taj Mahal Palaceonde ocorreu o atentado de 2008 | ![]() Mumbai - Gateway of India |
videos Índia 24
Vídeos Índia 2024
Dia 1 - 3 Fev - chegada a Deli e Torre Qatub Minar
Dia 2 - 4 Fev - Velha Deli e Mesquita Vermelha
Dia 2 - 4 Fev -tarde - túmulo de Humayun, Templo Sikh e Agrasen Ki Baoli
Dia 3 - 5 Fev -Agra - Taj Mahal
Dia 3 - 5 Fev -Agra - tarde, Forte Vermelho e ruas de Agra
Dia 4 - 6 Fev -Wagah, fronteira com o Paquistão, render da guarda
Dia 5 - 7 Fev Amristar
Dia 5 - 7 Fev Amristar, tarde e noite, cerimónia no Templo Dourado
Dia 6 - 8 Fev - Varanasi - cremações Nocturnas
Dia 7 - 9 Fev - Varanasi - banhos matinais no Gangues
Dia 7 - 9 Fev - tarde - Sarnath
Dia 8 - 11 Fev - GOA - manhã, a Velha Goa
Dia 8 - 11 Fev - GOA - tarde - Bairro das Fontainhas e mercado
Dia 9 - 12 Fev - Mumbai - city tour
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