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Rússia:

Moscovo, Vladimir, S. Petersburgo e Petrodvorets

Esta foi a maior e a melhor viagem que fiz com a minha ex-mulher. Foi na Páscoa do ano 2000 e fomos só nós os dois, não havia outros turistas connosco.
O agente local na Rússia foi a Agência Intourist e em Moscovo ficámos alojados no Hotel Intourist, uma relíquia do tempo da União soviética celebrizado por John Le Carré em “A Casa da Rússia”, mesmo junto à Praça Vermelha. Estando sozinhos tivemos carro com motorista e um guia a falar português, só para nós, o que permitiu flexibilizar o programa. Esse guia, o Sr Victor Fiodorov, foi o intéprete do Dr Mário Soares quando visitou a Rússia quando era presidente da república.
Adorei Moscovo pelo simbolismo. A Praça Vermelha, os túmulos dos líderes soviéticos, o local dos desfiles militares onde se exibia o poder bélico soviético, são impressionantes. O mausoléu de Lenine não me despertou muito interesse, mas o resto da praça sim. Principalmente a lindíssima Catedral de S. Basílio num dos extremos da praça. Curioso que o edifício em frente ao Kremlin era a época um shopping center (julgo que ainda é) e, sinal dos tempos, que à noite, por cima do Kremlin, via-se um enorme reclame luminoso da Samsung.
É muito bonito dar um passeio pela Praça Vermelha ao longo do Kremlin, passar pela Catedral de S. Basílio, continuar pela muralha do Kremlin ao longo da margem do Rio Moscovo, e regressar passando pelo monumento ao soldado desconhecido.
A entrada principal da praça, que é a de quem vem do lado da Duma, foi reconstruida depois da queda da União soviética para repor as capelas (ortodoxas) que ali existiam e que tinham sido demolidas para permitir a entrada na praça de tanques de combate e outros veículos militares indispensáveis nos desfiles.
O Kremlin (quer dizer fortaleza) merece uma visita demorada. Além do Museu da Armaria, o recinto inclui alguns tempos, sendo o principal a Catedral da Anunciação, local riquíssimo com os ícones ortodoxos resplandecentes, que era o local onde eram coroados os imperadores da Rússia.
Outras landmarks: Moscovo é uma cidade recheada de lugares icónicos que nos despertam a imaginação. A Duma, o Teatro Bolshoi, a Sede do antigo KGB onde fica a tenebrosa prisão de Lubyanka, a Catedral de Jesus o Salvador e a Casa Branca, um edifício governamental onde funcionam vários departamentos e onde fica o gabinete do primeiro-ministro.
A rede de Metro, construída a seguir à 2ª guerra mundial como forma de afirmação do poder do regime soviético é um must see. Cada estação tem a sua arquitectura, vale a pena andar a passear no metro e parar em várias estações.
Afastado do centro há o mercado Izmailovsky, onde se pode encontrar artesanato a preços melhores que os das lojas do centro.
A cerca de 70 km de Moscovo fica a cidade de Vladimir, sede da igreja ortodoxa russa, também designada por vaticano russo.
A seguir a Moscovo viajámos para S. Petersburgo de comboio. Ainda não havia o moderno comboio de alta velocidade, fizemos 8 horas de viagem durante a noite num confortável compartimento com 2 camas.
Com a viagem durante a noite não foi possível apreciar a paisagem, só quando a manhã começou a raiar, já próximo de S. Petersburgo. Mas fazendo esta viagem na Páscoa, depois de ter começado o degelo, a paisagem ainda não é verde e está pintada de cores escuras devido à lama que se forma depois do degelo.
Em S. Petersburgo ficámos num bom hotel, o Pribaltiskaya, construído em pleno tempo da perestroika, como afirmação do poder soviético capaz de construir edifício modernos.
O restaurante do hotel dá para o Golfo da Finlândia, que quando o visitei estava gelado. Depois do jantar, antes do sol se pôr, dava muito prazer ir passear sobre as águas do Golfo da Finlândia gelado.
Mais uma vez eu e a minha ex-mulher éramos os únicos turistas, não havia mais ninguém connosco e tivemos mais uma vez carro, motorista e guia a falar português só para nós. O carro era igual ao de Moscovo, um Lada Volga.
A primeira visita que fizemos em S. Petersburgo foi à Fortaleza de Pedro e Paulo, que tem uma catedral ortodoxa muito bonita, onde estão os túmulos dos Romanov, incluindo o último Czar, Nicolau II e a sua família.
S. Petersburgo é a capital imperial da Rússia, uma cidade monumental, construída numa zona pantanosa onde pouco poderia ser construído.
Um dos pontos altos é o Palácio de Inverno, que hoje aloja um dos maiores e melhores museus do mundo, o Hermitage, e que foi palco da revolução bolchevique.
A Catedral do Salvador do Sangue Derramado é talvez o templo principal de S. Petersburgo.
Ao passear pela cidade, dominada pelos canais e pelas ruas que vão dar à avenida principal, a Nevsky Prospect, encontramos imensos ex-libris da cidade. A universidade onde vemos inúmeras placas evocativas de laureados nobel que ali trabalharam (recordo-me em concreto de ver o gabinete de Mendliev), outras igrejas e museus.
O que é verdadeiramente imperdível é o Palácio da Imperatriz Catarina II em Pushkin.
É de longe o mais rico de todos os palácios reais europeus inspirados e construídos depois do Palácio de Versailles. A riqueza do seu interior não tem igual.
Foi danificado durante a 2ª guerra mundial durante o longo cerco alemã a S. Petersburgo (então Leninegrado). De entre a enorme riqueza sobressai a sala de ambar, uma sala toda forrada a ambar, destruída na 2ª guerra mundial e reconstruida ao longo dos anos até ficar igual à original.
Grécia
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